A água é essência da vida!
A água é factor de produção e desenvolvimento!
A água é e sempre foi motivo de colisão entre povos!
A água deverá ser catalisador da solidariedade!
A água deverá ser o elo de ligação entre os que dela dispõem e aqueles que da mesma carecem!
A água poderá ser o cimento aglutinador da coesão regional.
Foi imbuída destes sentimentos, que a governação Socialista do nosso Município desenvolveu em finais dos anos 90, conjuntamente com os Municípios envolventes de Coimbra, oito concelhos do distrito de Leiria e ainda Mealhada, um princípio de acordo, em ordem à implementação dum sistema de abastecimento de água regional em alta de cariz intermunicipal.
Os avançados estudos técnico e económicos, então superiormente desenvolvidos pelos SMASC (estrutura empresarial da Câmara de Coimbra, de elevada competência, hoje águas de Coimbra), a partir de 1994. Permitiram por um lado concluir da viabilidade de tão arrojado empreendimento, por outro obter a aprovação e consentimento das Assembleias Municipais das entidades comparticipantes.
Se o projecto, à altura, não teve o desejado andamento por razões conotadas com a falta de concretização das fontes de financiamento, face ao Estatuto da Intermunicipalidade, juridicamente plasmado ainda de forma incipiente, deixou no entanto lançado o “gérmen” do que viria a ser O sistema multimunicipal de abastecimento de água e saneamento do Baixo Mondego Bairrada, que envolve quase a totalidade dos Municípios previstos no envolvimento intermunicipal anteriormente referido. Veio a ser criado cinco anos depois com a competente exploração concessionada às Águas do Mondego, S.A., empresa estatutariamente sediada em Coimbra, que assim se viu transformada em capital Regional da água.
Estava pois concretizado um esquema solidário, tão caro ao espírito Socialista, assente na altamente qualificada água do rio Mondego e sua disponibilização em alta a cerca de quinhentas mil pessoas residentes num espaço regional contínuo no eixo Coimbra/Leiria e assim interligadas por tal elemento essencial à vida.
Naturalmente que tem custo esta solidariedade, naturalmente que eles estão reflectidos em esforço financeiro dos nossos concidadãos, naturalmente também que se oferecem alguns comentários sobre esta temática.
Terminada a administração Socialista, o abastecimento de água a todo o concelho de Coimbra, satisfeita que foi a Ribeira da Mizarela, último aglomerado a ser servido, ficaram os índices de cobertura concelhia de água e esgotos, num patamar invejável de entre 100% a 90%, respectivamente.
Isto é, as solicitações para novos investimentos, restaram muito apaziguadas, com o consequente reflexo nos custos globais do sistema e bem assim na tarifa que o cidadão teria de suportar.
Não foi bem essa a realidade dos factos.
Efectivamente, se a alteração estatutária ocorrida nos SMASC com a passagem a Águas de Coimbra – empresa Municipal, e a quase simultânea criação das Águas do Mondego, S.A., com absorção por parte desta das responsabilidades de produção, tratamento e transporte (a designar por alta), com inclusão dos custos a ela inerentes incluindo os de pessoal, deveria ter determinado um emagrecimento da Entidade Municipal, mas tal assim não ocorreu.
Da anarquia de gestão supracitada, resultou a consequente e óbvia exponencial subida da tarifa de água para os utilizadores, que hoje as famílias têm de suportar.
Assim, Coimbra e a sua gestão Socialista, mais uma vez, pugnam pela coesão regional e desta feita, através do sector da água, que tantas guerras causaram e continuarão infelizmente a causar.
Mas também, mais uma vez, a gestão quadripartida actual, não soube, ou não quis, defender os interesses da população do concelho. Veja-se o aumento do preço da água em função da inflação, destes últimos 9 anos, da responsabilidade exclusiva dos 4 partidos que governam o concelho de Coimbra.
Sem comentários:
Enviar um comentário